Oiço muitas vezes casos de amigos que se distanciam quando nascem os Filhos. Comigo e com a Andreia, que também é blogger no Princesas de Cueca e Fralda, foi o contrário: conhecemo-nos na Faculdade (a Andreia é minha Madrinha de curso), acabámos por nos distanciar quando terminámos os cursos e voltamos à vida uma da outra quando os nossos Filhos mais velhos nasceram. E acho até que nos conhecemos melhor depois de sermos Mães 😍. Agora, ela junta-se a nós na defesa de uma Licença Parental Inicial de 6 meses, pagos a 100%.
Se também concordam connosco, acedam já à Iniciativa Legislativa do Cidadão, que está a reunir assinaturas para poder ir a votação no Parlamento, assinem e partilhem!
Juntos, vamos fazer-nos ouvir!
Aqui fica o testemunho da Andreia:
"Sou mãe de duas meninas: a Helena de 5 anos e a Sara de quase 3.
Amamentei a minha primeira filha até aos 8 meses e meio.
No entanto o início do processo de amamentação da Helena não foi o mais fácil.
Tinha pela frente uma bebé que chorava muito e eu, mãe insegura, embora estivesse convencida antes do parto de que o meu leite alimentaria a minha filha sem necessidades adicionais, hesitei. Enchi-me de dúvidas!
Logo na maternidade (e sim, era privada e tendencialmente o leite em pó era "impingido") me tentaram convencer que a Helena ficaria mais sossegada se bebesse um pouco de leite complementar.
Chorei, não fiquei completamente segura da minha decisão, mas recusei que o fizessem, e orgulho-me dessa decisão até hoje!
Basicamente tinha a minha filha aos berros e dois enfermeiros com um biberão pronto a ser enfiado pela goela abaixo... Estava esgotada e poderia ter dito que sim. Mas disse que não e foi o que fiz de melhor.
Ultrapassados os primeiros receios, o processo de amamentação correu muito bem e a Helena nunca precisou de recorrer a leite de fórmula.
A Helena nasceu no percentil 25 e assim se manteve durante muito tempo.
Mais tarde confirmei: Se o crescimento é harmonioso e o ganho de peso está dentro dos parâmetros normais, o bebé está a ser bem alimentado!
Aos 4 meses de Helena, regressei ao trabalho. Estupidamente optei pelos 4 meses e muito me arrependi. Jurei a mim própria que de uma próxima gravidez iria optar pelos 5 meses, de forma a facilitar uma amamentação exclusiva até aos 6 meses e para que pudesse privar com a minha bebé durante mais um mês.
E a verdade é aquando a gravidez da Sara, a minha filha mais nova, tirei os 5 meses.
O pai tirou ainda o 6º mês e tive a sorte dele ter feito parte de todo o processo.
Todos os dias da sua licença ele pegava na Sara e levava-ma ao local de trabalho. Ali, tive também a sorte de ter uma amiga que trabalhava comigo e que morava mesmo por cima do nosso local de trabalho. As minhas horas de almoço eram passadas no seu apartamento onde dava de mamar à Sara.
O stock de leite feito durante os primeiros meses permitiram que, nas horas que estava a trabalhar, a Sara pudesse beber apenas do meu leite.
E quando a licença do meu marido acabou eu ainda tirei uma licença adicional de quase 1 mês, paga a 25% e que me permitiu continuar com a Sara em casa, em regime de amamentação exclusiva
Foi uma conjugação de disponibilidade financeira, disponibilidade do pai em ajudar no processo, uma amiga e colega de trabalho com disponibilidade para ajudar e também um planeamento no armazenamento de leite materno.
Ah...e o aproveitamento das duas horas de redução do horário laboral.
O leite materno é o único alimento dinâmico, que se vai adaptando às necessidades do bebé pois vai variando com a lactação, ao longo do dia, entre mamadas e de mãe para mãe.
Nenhum (NENHUM) leite adaptado substitui o materno em todas as suas propriedades e os próprios produtores dos leites artificiais mencionam esse facto.
O leite materno reduz a diarreia, as infecções respiratórias, reduz a morte súbita e ajuda a diminuir a obesidade infantil bem com previne o aparecimento de cáries dentárias.
Claro que não há regra sem excepção e o facto das minhas filhas terem sido amamentadas não invalida que fiquem doentes (se calhar até mais que muitos outros que não o foram).
E, coincidência ou não, a Helena teve e tem mais tendência para ficar doente do que a Sara.
Sendo recomendação da OMS para que a amamentação exclusiva seja de 6 meses, parece-me justo que a legislação ajude nesse caminho. Neste momento a licença de maternidade é de 4 meses paga a 100% ou de 5 meses paga a 80%.
Há quem possa tirar os 5 meses e abdicar financeiramente de uma parte mas também haverá muitas mães que o não poderão fazer e terão grandes dificuldades em amamentar até aos 6 meses em regime de exclusividade.
Além disso, hoje em dias há um número crescente de mães que se vêem obrigadas a colocar os seus bebés em creches assim que começam a trabalhar.
A Helena foi para o berçário antes dos 5 meses e logo começou com as bronquiolites.
Acho que os bebés e as suas Mães merecem mais um pouco de tempo a sós, numa fase tão inicial.
Que venham então os 6 meses de licença de maternidade paga a 100%, para que TODAS as mães possam ter o direito e o privilégio de protegerem um pouco mais os seus bebés e lhes poderem dar o melhor dos alimentos e a mais pura das vacinas."
→ Por 6 meses de Licença | Marisa Freitas
→ Por 6 meses de Licença | Andreia Carreira
→ 5 razões para assinar (e partilhar) a nossa Iniciativa Legislativa do Cidadão
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