Estou em dívida convosco!
Num ano absolutamente atípico, propus-me fazer um desafio durante as férias de Verão e falhei redondamente! E não foi por esquecimento, nem por falta de ideias.
A minha proposta era explorar um tema por semana. Fiz o alinhamento para as férias, pensando no que eles gostam e nos interesses deles. Ainda começámos e divertimo-nos imenso com os dois primeiros temas. Mas, brincadeiras orientadas não era o que eles queriam! Depois dos 3 meses mais estranhos de toda a nossa vida, com horários estipulados grande parte do dia e restrições variadas, eles chegaram às férias e queriam brincadeira livre. E eu acabei por me deixar levar pelo "planeamento" deles, em vez do meu, apesar da frustração de não estar a conseguir responder ao que me tinha proposto!
Quando a Cláudia, da Flying Teapot, me convidou para escrever um artigo para o seu novo blog, o Parenting a Dinosaur, o tema sobre "o segredo para o sucesso das brincadeiras orientadas" foi o primeiro que me veio à cabeça. Resumidamente, foram 3 as dicas que partilhei no artigo: prestar atenção aos interesses da criança, aproveitar o processo (sem nos focarmos no resultado final), e, por fim, não ter expectativas. Podem ler o artigo aqui, se quiserem aprofundar cada uma das dicas.
E foi ao escrever o artigo que percebi que, o flop do desafio de Verão foi, na realidade, a prova de que as 3 dicas que eu partilhei são, sem dúvida, cruciais para que cada atividade tenha sucesso e que estão interligadas!
Ora vejamos:
1. Prestar atenção aos interesses da criança: todas as propostas que lhes fiz estavam alinhadas com aquilo que eles gostam: animais, dinossauros, experiências, por isso, deveria ter funcionado, não é?
2. Aproveitar o processo: pois, para poder aproveitar, teria que ter conseguido fazer as atividades. E, a verdade é que, para aquelas que conseguimos fazer, aproveitámos bem. Mas, a verdade é que tive que os convencer a ir fazer atividades... Depois de estarmos envolvidos, eles adoravam e divertiam-se, mas percebi, claramente, que estavam num momento de brincadeira livre!
3. Não ter expectativas: para mim, esta é a parte mais difícil de todas! A verdade é que eu tinha expectativas, claro. Tinha ideias tão giras, que queria que experimentássemos juntos. Havia todo o trabalho de pesquisa e alinhamento de atividades que fizesse sentido para cada um dos temas. Mas faltava o ingrediente principal: eles quererem! No fim de contas, o motivo pelo qual eu faço atividades com eles, é para nos divertirmos; para criarmos memórias felizes juntos. E não apenas para fazer as atividades. Por isso, peço-vos desculpa por ter frustrado as vossas expectativas (e as minhas), mas era o que fazia sentido para nós, naquele momento!
Permitir-nos esta flexibilidade é fundamental para o nosso equilíbrio. Prometo que vamos ter outras oportunidades de fazer desafios juntos (e muitas outras novidades nos próximos tempos).
Com tudo isto, a mensagem que eu queria deixar é a de que oiçam as vossas crianças e lembrem-se do motivo pelo qual fazem atividades com elas. Essa é a melhor forma de aproveitarem cada uma das brincadeiras com elas, sejam livres ou orientadas!
O que são, para vocês, brincadeiras de sucesso?
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