“É preciso uma aldeia inteira para amamentar uma criança.”
- adaptação de um Provérbio africano
Não é segredo para ninguém que eu sou uma defensora convicta da amamentação!
Mas, será que isso significa que acho que todas as Mães têm que amamentar, custe o que custar? Claro que não! O que eu defendo é que todas as Famílias tenham acesso às ferramentas necessárias para escolherem o seu caminho e que esse caminho não seja definido por constrangimentos externos.
O tema da Semana Mundial de Aleitamento Materno (celebrada, em Portugal, de 29 de Setembro a 6 de Outubro), vem, precisamente, reforçar a importância do papel da Sociedade, como um todo, na promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno!
Assim, à semelhança do que acontece quando se fala em educar uma criança, onde cada vez mais, sentimos o impacto do apoio (ou da falta dele) da Sociedade, também em relação à amamentação, temos que refletir no facto de ser preciso uma aldeia inteira para amamentar uma criança.
E porquê?
Porque precisamos de políticas que apoiem a amamentação, que permitam às Famílias, de facto, escolher o seu percurso na amamentação. Precisamos de leis que facilitem a amamentação, que deixem a decisão de amamentar, em exclusivo, até aos 6 meses e a sua manutenção, com alimentos complementares até, pelo menos, os dois anos de vida (como, aliás, recomenda a OMS!) nas mãos das Famílias, que assegurem que as Mães conseguem, realmente, usufruir do que a lei já lhes possibilita.
Precisamos de um tecido empresarial que encare a Família como parte da vida dos seus colaboradores, e não apenas como um mal necessário, ou como um empecilho na vida do trabalhador perfeito. Precisamos que o apoio à Família, em geral, e à amamentação, em particular, parta também das empresas, que estas criem condições para que a Mãe, que amamenta, possa continuar a fazê-lo, sem se sentir pressionada ou desencorajada.
É fundamental que os profissionais de saúde recebam formação atualizada no que diz respeito à amamentação e aos seus benefícios, que sirvam de facilitadores quando existem dificuldades e que não sejam eles próprios os criadores dessas dificuldades!
É urgente que as pessoas em geral recebam informação sobre a amamentação e que se comecem a desconstruir mitos, que são passados às recém-mamãs, que, com a (des)informação que recebem, acabam por ver o seu percurso na amamentação toldado por esses mesmos mitos.
Só assim, todos juntos, poderemos, realmente, apoiar quem quer amamentar! Ajudar a ultrapassar dificuldades que possam surgir, apontar na direção de quem tem conhecimentos para dar o apoio necessário, incentivar quem quer continuar a amamentação. Livre de julgamentos e pressões, de que natureza forem!
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