Hora do conto, uma das atividades que mais anima o Miguel |
O número de Famílias monoparentais tem vindo a aumentar todos os anos (de acordo com dados do INE, em 2016 havia 436.375).
Na semana passada fiquei uns dias sozinha com os miúdos. O Ricardo foi para fora, em trabalho, logo a seguir a um fim de semana em que, entre trabalho e uma prova de corrida, quase não esteve em casa. Não foi a primeira vez e, de certeza, não será a última.
Mas, desta vez, foi particularmente difícil para o Miguel. Por um lado, acho que começa a ter mais noção do tempo e é mais difícil distraí-lo da pergunta: "Quando chega o Papá?". Por outro lado, possivelmente, já estava em "escassez de tempo com o Pai", por causa do fim de semana atarefado. O que resultou em imensas saudades do Pai. E isso significou que estava mais carente, mais mimalho, de lágrima mais fácil. O que também significou que eu tinha menos tempo para fazer tudo o resto, que não fosse tentar compensar a tristeza dele, como arrumar a cozinha, ou até tomar um banho, mas que, ainda assim, teve de dar para fazer sopas e comida para as crias.
A parte boa é que eu sabia que ia acabar dali a uns dias. Assim que o Ricardo voltasse e nós voltássemos a trabalhar em equipa, como fazemos sempre, a vida ia voltar ao normal. O Miguel ia deixar de estar tão tristonho, o Rodrigo ia ter o companheiro de brincadeiras dele e eu ia ter com quem dividir as tarefas cá de casa e voltar a ter tempo para tomar um banho sossegada.
Comentários
Costumo dizer que sou mãe-solteira/casada por causa dos horários do meu marido (poucas folgas, turnos de 12 horas, com horários e folgas rotativas 24/7), não é fácil é verdade, mas não é nem de perto tão difícil como estar sozinha todo o dia, todos os dias. E tenho uma (muito) grande ajuda dos meus sogros e cunhado. Penso muitas vezes nisso, especialmente na minha mãe!
E perceber melhor porque se diz que é preciso uma aldeia inteira para criar um Filho. Realmente, sozinha, é muito mais difícil!