Um por todos e todos por um 💝 |
A entrada no mundo da maternidade é uma experiência avassaladora, que cada uma de nós vive de forma diferente. Eu não me lembro da tristeza de que muitas Mães falam, ou do sentimento de solidão. Tinha medo, claro, de falhar enquanto Mãe, de não ser capaz de reconhecer os diferentes choros do Miguel, de não saber como lhe proporcionar o melhor começo de vida que ele merece, de errar na educação dele, mas não me sentia sozinha. Andava (e continuo) mais sensível, principalmente a temas que envolvem crianças. Mas não tinha a necessidade de chorar, ou de me isolar. Fui construindo o meu caminho enquanto Mãe, vendo o Ricardo a construir o dele enquanto Pai (e a apaixonar-me, ainda mais, pelo Pai que ele estava a tornar-se: quando alguém ama um Filho nosso, enche-nos o coração, e não é por ser o Pai dele que é diferente!).
Lembro-me bem que, quando comecei a escrever este blog, o que eu sentia era uma necessidade enorme de exteriorizar tudo o que a nova aventura da maternidade estava a trazer consigo! Queria registar, para mais tarde recordar, queria organizar os pensamentos, e escrevê-los facilitava o processo.
Mas escrevia, principalmente, para mim. Para ele (e, com o nascimento do Rodrigo, para eles)!
Com o tempo, a minha gestão das emoções foi regularizando e comecei a perceber que, com os meus textos, com as minhas dicas, conseguia incentivar outras pessoas a descomplicar a parentalidade (mais a maternidade, é certo, porque tenho muito mais leitorAs do que leitorEs). Muitas pessoas identificavam-se com o que eu escrevia, agradeciam as dicas que partilhava (no blog e no Facebook, que entretanto também criei). E esse começou a ser, também, um propósito do blog. Deixei de escrever apenas para mim e para eles e comecei a escrever também com o objetivo de inspirar outras Mães e Pais a descomplicarem, a relaxarem.
Com o lançamento da petição, que pedia o aumento da licença da maternidade para os 6 meses (sim, eu sei que a licença é de parentalidade, mas acho que assim toda a gente percebe que é a que, normalmente, é gozada pela Mãe...), percebi que pode ir ainda mais longe. Que podia ter uma voz ativa na defesa dos interesses das Família. E nem o facto de a lei não ter sido alterada fez com que esse sentimento de missão desvanecesse. Porque há imenso que pode e deve ser feito. Porque as Famílias precisam de quem lhes dê voz, de quem perceba as suas dificuldades e fale sobre elas. Deixei de escrever apenas para mim e para eles e comecei a escrever, também, por eles, e por todas as crianças, para que se reflita sobre a sociedade dos nossos dias, para que possamos pensar no que é necessário mudar para sermos todos mais Felizes!
Eu olho para os meus texto no blog e consigo ver, claramente, esta evolução. O meu desejo é que eu consiga encontrar sempre formas de inspirar, de atuar como agente de mudança, mas que consiga nunca esquecer o que me levou a criar o blog: registar esta aventura da maternidade, que voa à velocidade da luz, para mais tarde poder recordar cada momento! Para mim, para eles, por eles 💝.
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