25 de Abril, a revolução dos cravos (imagem retirada da internet) |
A minha geração nasceu e cresceu em liberdade. É, para nós, um dado adquirido, que muitas vezes nem valorizamos. Simplesmente, para nós, sempre foi assim!
Alguns de nós ainda terão ouvido histórias dos Pais e Avós sobre como eram as coisas antigamente.
Nem sequer é esse o meu caso, que só já crescida comecei a ouvir essas histórias. A minha Mãe esteve em Moçambique até ao 25 de Abril e o meu Pai em Angola, por isso, o meu contacto com o que realmente se passava, no dia a dia, em Portugal só começou mais tarde.
Ainda assim, sei, naturalmente, que esta não foi uma liberdade que nos tivesse sido oferecida. Sei que foi conquistada pelo sofrimento de muitos, pela resistência e resiliência, pela coragem, pela inconformidade.
Mas "liberdade" não é sinónimo de fazer e dizer tudo aquilo que nos apetece. Bem pelo contrário! Para podermos viver em liberdade, temos que nos respeitar uns aos outros, temos que aceitar que nem todos pensam ou agem como nós, mas, acima de tudo, temos que compreender que a nossa liberdade termina, quando começa a liberdade do próximo!
E, para isso, é preciso haver respeito, solidariedade, empatia. Precisamos conseguir colocar-nos no lugar do outro. Perceber as suas dificuldades. Apoiar. Não precisamos de criticar, apontar o dedo, ridicularizar!
Nesse aspeto, ainda temos um longo percurso à nossa frente! Temos liberdade sim! E ainda bem que assim é. Mas temos que saber o que fazer com ela, perceber que ela tem limites e que só esses limites nos permitem viver em liberdade.
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