A propósito de um artigo que li na Visão, sempre me fez confusão ver crianças a ingerir demasiadas porcarias! Talvez por nunca ter sido habituada a isso. Quando eu era pequena, beber um sumo era sinal de dia de festa. Era no mesmo dia em que comia doces. Os gelados, no Verão, eram consumidos com moderação. Só quando íamos de férias é que se podia dar o caso de ter direito a mais alguns (e raramente eram de gelo). Não me lembro quando é que comecei a comer doces, mas tenho a certeza que já era crescidinha.
Ver crianças com claro excesso de peso sempre me indignou. Perguntava-me sempre se os Pais não olhavam para a criança com olhos de ver. Claro que esta generalização é perigosa e pode ser profundamente injusta para alguns, mas era o que eu pensava.
Quando o Miguel começou a comer, sempre defendemos (e deixámos bem claro a todos os que nos rodeiam) que queríamos que ele tivesse uma alimentação saudável: nada de doces, sumos, fritos, gorduras, manteiga, etc. Felizmente toda a gente sempre respeitou a nossa decisão.
Ainda hoje ele não come doces. Não somos fundamentalistas, de dizer que nunca os vai comer, mas não o incentivamos. Como não está habituado, também não gosta: prefere pão a um croissant ou um bolo. E nós também não insistimos. Ainda não sabe que existem bebidas para além da água e do leite ou iogurte líquidos. E não vemos nenhum motivo para lhe dar outras coisas. Não conhece o chocolate de qualquer forma. E não temos pressa nenhuma em apresentá-los.
Já com os salgados não é bem assim. Infelizmente ele adora algumas coisas que não são propriamente saudáveis: batatas fritas, salsichas, douradinhos, croquetes, e por aí fora. Nestes casos, seguimos a regra dos dias de festa: de vez em quando, não lhe há-de fazer muito mal. Mas quando falo em dias de festa, não é uma vez por semana.
E isto só porque ele é um miúdo saudável, com o peso abaixo da média!
Toda a gente diz que com o Rodrigo vai ser diferente. Eu não gosto de dizer "Nunca", mas, para já, não temos a mínima intenção de desistir da alimentação saudável. Dizem-nos: "Ele vai ver e vai pedir...". Acredito que sim, mas se eu estiver a beber vinho e um deles me pedir, eu não vou dar, certo?
E, em última análise, temos sempre a regra dos dias de festa!
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