Há dias tive uma consulta, no Hospital, com um médico novo. O médico que me seguia há 10 anos, por causa do tromboembolismo pulmonar, que tive aos 26 anos, deixou de dar consultas ali, e foi-me atribuído um novo médico.
Eu tenho tido muita sorte com todos os médicos com quem me cruzo no Sistema Nacional de Saúde (não posso dizer o mesmo sobre os do privado, confesso). Talvez por isso, seja uma defensora convicta da qualidade que o SNS tem, no meio de todas as suas oportunidades de melhoria. E gostava muito do meu médico. Era um daqueles médicos que reforçava a confiança que tenho no SNS. Daqueles em quem confiamos, que se nota que se preocupa com os pacientes, que sabe quem somos, que nos conhece, de facto.
Mas lá fui, resignada, à consulta com o novo médico. Receosa que fosse desta vez que me ia calhar na rifa um daqueles maus exemplos, de que tanto se ouve falar. No meio da consulta, entre os vários exames que tive de fazer, para termos um ponto de situação, 10 depois do TEP, falámos de um em específico que fez com que alertasse o médico para o facto de amamentar o meu Filho mais novo. Mal acabei de o dizer pensei: "Aqui vamos nós... É desta que vou ter um daqueles episódios de médicos que dizem barbaridades sobre a amamentação...". Respirei fundo (nem sei se foi apenas mentalmente ou não).
Ele perguntou a idade do meu Filho, e quando lhe disse que tinha dois anos, preparada para o pior, ele disse-me que voltávamos a falar nesse exame no próximo ano. Que, se fosse mesmo essencial, podíamos até fazer agora, mas que todos os outros exames estavam bem, por isso podíamos esperar. E, ainda antes de eu poder dizer alguma coisa, continuou a dizer que com 3 anos era perfeitamente possível e normal que ainda amamentasse, mas que a probabilidade era menor, à medida que a idade da criança aumentava. Assim, sem julgamentos nem comentários inúteis.
Respirei fundo, aliviada, com uma esperança renovada na normalização da amamentação. Com mais confiança naquele médico em particular!
Tenho consciência que o percurso ainda é longo. Mas o facto de um médico, que nem é da área da saúde materno-infantil, ter este discurso dá-me esperança de que, um dia, todos os profissionais de saúde estejam corretamente informados sobre o que é, ou não, normal na amamentação. Que um dia, ninguém terá de respirar fundo e esperar o pior. Que um dia, este tipo de comentário seja o mais frequente, o mais normal! Que, um dia, sejam de facto as Mães, as Famílias, a tomar as decisões, devidamente informadas, sobre a amamentação dos seus Filhos!... 💝
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