Por 6 meses de Licença | Andreia Carreira




A Andreia é Mãe da Clara, blogger do Oops... Sou Mãe... E Professora, e quis juntar a voz dela à nossa na defesa de uma Licença Parental Inicial de 6 meses, pagos a 100%.

Se também concordam connosco, acedam já à Iniciativa Legislativa do Cidadão, que está a reunir assinaturas para poder ir a votação ao Parlamento, assinem e partilhem.

Juntos, vamos fazer-nos ouvir!

Aqui fica o testemunho da Andreia:

"A Clara tem neste momento 28 meses, portanto, quase 2 anos e meio. Desde que nasceu que a amamento. Tive todas as dificuldades normais e conhecidas deste processo, desde gretas nos mamilos, dores, mastites. Nunca desisti. Aos 3 meses o pediatra indicou-me que ela estava abaixo do percentil que devia, no livro do bebé. Achei que não me fazia sentido. A Clara mamava em livre demanda, sem problemas e nunca chorou com fome. Procurei ajuda de uma CAM no Hospital dos Lusíadas, que me explicou que aos 3 meses o processo de amamentação altera, os bebés têm tendência a perder peso, ou a estagnar, o que não quer dizer que estejam com fome. Essa enfermeira indicou-me a pediatra Graça Gonçalves, da Clínica Amamentos, em Telheiras. A Clara passou a ser seguida por ela e a amamentação deixou de ser um problema no fundo da minha cabeça: a Clara estava bem, não há rigidez nisto da balança, e podia continuar a amamentar. Decidi desde que ela nasceu que iria amamentar em exclusivo até aos 6 meses, custasse o que custasse, a menos que houvesse algum problema de saúde que o impedisse. E mesmo assim, iria tentar continuar. A pediatra contribuiu para essa decisão, as leituras que se fazem antes do parto contribuíram para essa decisão e as indicações da OMS contribuíram para essa decisão. Estava focada no meu objectivo e mantive-o até ao fim.

Quando a Clara fez os 5 meses, tive que regressar ao trabalho. Foi muito difícil gerir esse regresso com a amamentação. Embora eu tivesse tirado leite para deixar em casa, ela nunca pegou num biberon. Experimentei centenas deles, gastei centenas de euros para nada. A minha avó, que ficava com ela, fazia como antigamente e dava-lhe o leite à colher, que ela logo de seguida cuspia. Ao 3º dia percebi que tinha que gerir o horário de outra forma para conseguir que ela não tivesse fome, mas que também não necessitasse de iniciar a alimentação diversificada antes dos 6 meses. Passei a vir a casa a todas as horas de almoço, todos os intervalos, os meus avós e o pai levavam-na ao meu trabalho para eu dar de mamar, enfim. Foi muito difícil de gerir, mas graças à contribuição de todos (e a muito stress e dinheiro gasto em gasolina…), conseguimos.

Hoje em dia a Clara come de tudo, mas ainda pede mama em livre demanda. Quando não estou em casa fica bem, mas assim que chego pede maminha e quer esse aconchego.

Não faz qualquer sentido para uma recém mamã e sua família terem que fazer “piscinas” para dar aos seus bebés aquilo que é senso comum: os 6 meses de aleitamento materno exclusivo. Já é suficientemente mau ter que colocar os bebés em creches e sujeitá-los na maioria das vezes a horários terríveis na escola. É do senso comum que quanto mais tempo estiverem com os pais, melhor! Não se percebe como é que isto ainda necessita de ser debatido e discutido num país que é considerado desenvolvido.

Por um país que reconheça as mães, as famílias e sobretudo, as crianças, pois são elas o espelho da nossa sociedade. 💝"





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