Artigo de Opinião | Mamíferos, mas Pouco

Não é segredo para ninguém que o melhor alimento, para os bebés recém-nascidos, é o leite materno. E os motivos são imensos!

Desde logo, o facto de ser o único alimento que se adapta às necessidades dos bebés, e evolui com eles. Depois, porque reforça o seu sistema imunitário e os laços afetivos com a Mãe. Já para não falar de que a amamentação diminui o risco de cancro na mama. Entre tantos outros.

No entanto, dados recentes da Direção Geral de Saúde, dão conta que, em Portugal, apenas 22% dos bebés são amamentados, quando perfazem 5 meses, apesar das recomendações da Organização Mundial de Saúde indicarem que a amamentação deve ser exclusiva, até aos 6 meses, e mantida, pelo menos, até aos 2 anos, juntamente com alimentação complementar.

Portanto, faz sentido perguntarmos, porque é que deixámos de acreditar em nós, enquanto mamíferos, que somos, e de que forma podemos alterar o rumo das estatísticas?

A primeira questão é bem mais complexa e de difícil resposta, mas posso dizer, por experiência própria, que as Mães têm que (re)aprender a confiar mais no seu instinto!

A petição “Licença de maternidade de 6 meses, pela saúde dos nossos bebés”, que conta já com mais de 19.000 assinaturas e já foi admitida pela Assembleia da República, pretende contribuir para dar resposta à segunda pergunta. Como Mãe, senti, na primeira pessoa, a dificuldade de desejar amamentar os meus dois Filhos, em exclusivo, até aos 6 meses e verificar que a licença de maternidade se fica pelos 4 ou 5 meses (dependendo de que percentagem do vencimento se possa abdicar). Por isso, é crucial que a licença de maternidade acompanhe as recomendações feitas e se estenda até aos 6 meses, pagos a 100%, em nome do superior interesse dos bebés.

 E se, desta forma, conseguirmos incentivar a natalidade em Portugal, melhor ainda!

Carina Pereira

In Jornal O Gaiense, 6/02/2016

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